Statistics Explained

Emprego — estatísticas anuais


Dados extraídos em abril de 2020.

Atualização prevista do artigo: Setembro de 2021.


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Destaques

Com 73,1 % em 2019, a taxa de emprego (UE-27) na faixa etária dos 20-64 anos registou o valor mais elevado desde 2005.
Na UE-27, a disparidade de género no emprego diminuiu desde 2005, mas em 2019 a taxa de emprego dos homens estava ainda 11,7 pontos percentuais acima da registada para as mulheres.
Ferramenta 1: Emprego (total, mulheres, homens, jovens e seniores), 2005-2019
(% da população 20-64 anos)
Fonte: Eurostat

O presente artigo apresenta as estatísticas mais recentes da União Europeia (UE) sobre emprego com base no Inquérito da UE ao emprego — Labour Force Survey (LFS). De um modo geral, as estatísticas do emprego revelam diferenças consideráveis em função do sexo, idade e nível de instrução. Existem igualmente disparidades consideráveis entre os Estados-Membros da União Europeia no que se refere ao mercado de trabalho.

Note-se que os números e as taxas apresentados nas ferramentas e referidos no texto do presente artigo podem, em alguns casos, apresentar diferenças, devido à revisão contínua da fonte dos dados: as ferramentas referem-se aos dados mais recentes (tal como se apresenta na base de dados do Eurostat, sob o título Emprego e desemprego (Labour Force Survey)), ao passo que o texto se refere a dados de maio de 2020.

Artigo completo

Taxa de emprego mais elevada jamais registada desde 2005

Em 2019, a taxa de emprego da UE-27 na faixa etária dos 20-64 anos manteve-se nos 73,1 %, segundo o inquérito da UE ao emprego — Labour Force Survey (LFS UE), o que corresponde à média anual mais elevada de sempre registada na UE. No entanto, esta média oculta grandes diferenças entre os vários países (Mapa 1 e Ferramenta 1). Até à data, a Suécia apresenta a taxa de emprego mais elevada na UE: 82,1 %. Este é também o caso de países da EFTA concretamente a Islândia (85,9 %) e a Suíça (82,9 %).

Mapa 1: Taxa de emprego, faixa etária 20-64 anos, 2019
(%)
Fonte: Eurostat (lfsi_emp_a)

Em 2010, o Conselho Europeu adotou a Estratégia Europa 2020. Colocou-se a tónica no reforço da economia da UE e na preparação dos desafios para a próxima década. Um dos principais objetivos desta estratégia a nível da UE é aumentar para, pelo menos, 75 % a taxa de emprego da população na faixa etária dos 20-64 anos até 2020.

Embora a UE-27 no seu conjunto ainda não tivesse atingido o seu objetivo em 2019, 17 Estados-Membros tinham atingido ou mesmo excedido o objetivo da estratégia Europa 2020. Entre estes países incluem-se três Estados-Membros nórdicos, os três Estados-Membros bálticos (Estónia, Lituânia e Letónia), bem a Bulgária, a Chéquia, Chipre, a Alemanha, a Eslovénia, a Irlanda, a Hungria, os Países Baixos, a Áustria, Portugal e Malta (Mapa 1). O Reino Unido, bem como a Islândia, a Suíça e a Noruega, também registaram taxas de emprego superiores a 75 %. No outro extremo da escala, a taxa de emprego ficou muito aquém do objetivo da UE, ou seja, abaixo de 70 %, na Croácia, Itália, Espanha e Grécia, tendo a Grécia registado a taxa mais baixa (61,2 %). Os países candidatos - Montenegro, Macedónia do Norte, Sérvia eTurquia, registaram taxas de emprego de 65 % ou menos.

Ferramenta 1: Emprego (total, mulheres, homens, jovens e seniores), 2005-2019
(% da população 20-64 anos)
Fonte: Eurostat (lfsi_emp_a)



Entre 2005 e 2019, a taxa de emprego da população total na faixa etária dos 20-64 anos aumentou 6,3 pontos percentuais (p.p.) na UE-27, passando de 66,8 % para 73,1 %. Contudo, nos últimos anos, os países conheceram situações do mercado de trabalho muito distintas. A taxa de emprego aumentou no período acima referido em todos os países, exceto na Grécia (-3.2 p.p.). Os maiores aumentos são observados em Malta (19.8 p.p.: de 57,4 % para 77,2 %) e na Polónia (14,7 p.p.: de 58,3 % para 73,0 %).

Taxa de emprego das mulheres aumenta eo longo do tempo

Em 2019, a taxa de emprego dos homens foi superior à das mulheres nos 27 Estados-Membros da UE. O mesmo se verifica em todo o período entre 2005 e 2019, com duas exceções: a Letónia em 2010 e a Lituânia em 2009 e 2010. Contudo, a evolução da taxa de emprego de homens e mulheres durante o período entre 2005 e 2019 registou diferenças (segundo e terceiro icones da ferramenta 1).

Desde 2005, a taxa de emprego das mulheres registou um aumento geral na Europa, verificando-se um aumento de 8,6 p.p. a nível da UE. Os aumentos mais significativos das taxas de emprego das mulheres entre 2005 e 2019 foram observados em Malta (31,9 p.p.), na Bulgária (+16,0 p.p.) e na Alemanha (+13,6 p.p.). Em 2019, as mais elevadas taxas de emprego das mulheres registaram-se na Suécia (79,7 %), ao passo que a Grécia (53,8 %) e a Itália (51,3 %) registavam as taxas mais baixas.

Em contrapartida, o aumento da taxa de emprego dos homens a nível da UE foi mais limitado (+3.9 p.p.) do que para as mulheres durante o período entre 2005 e 2019. A taxa de emprego dos homens baixou mesmo em sete Estados-Membros da UE, com as mudanças mais visíveis observadas na Grécia (-8.0 p.p.: de 79,3 % em 2005 para 71,3 % em 2019) e Espanha (-5,8 p.p.:de 79,8 % para 74,0 %).

A disparidade entre as taxas de emprego das mulheres e dos homens diminuiu, por conseguinte, a nível da UE, passando de 16,4 p.p. em 2005 para 11,7 p.p. em 2019. A mesma tendência foi observada em todos os Estados-Membros da UE, com exceção da da Hungria, da Polónia, da Estónia e da Roménia. A diminuição foi especialmente acentuada em Malta (a disparidade de género no emprego mudou de -24,9 pontos percentuais) devido à subida da taxa de emprego das mulheres. O hiato também diminuiu muito em Espanha (-12,8 p.p.) e no Luxemburgo (-11,9 p.p.), devido a uma diminuição combinada da taxa de emprego dos homens e do aumento da taxa de emprego das mulheres.

Emprego senior tende para a alta, emprego dos jovens diminui

Embora a taxa de emprego dos jovens (15 e 24 anos) registe um ligeiro aumento ao nível da UE entre 2005 e 2019 (+0,2 p.p.), quase metade dos Estados-Membros da UE (13 países) apresentam uma diminuição nos seus números nacionais. A diminuição do emprego dos jovens é particularmente visível na Irlanda, Espanha, Grécia, Dinamarca, Portugal, Itália e Chipre. Por outro lado, a taxa de emprego dos seniores (grupo etário 55-64 anos) aumentou globalmente durante o mesmo período com a Bulgária, a Alemanha, a Eslováquia e os Países Baixos a registar as maiores subidas (quarto e quinto ícones da ferramenta 1).

Quanto mais elevado o nível de habilitações, mais elevadas são as taxas de emprego

O nível de habilitações pode afetar consideravelmente as taxas de emprego (ferramenta 2). A taxa de emprego na faixa etária dos 20-64 anos que completaram o ensino superior (ensino superior de ciclo curto, licenciatura ou equivalente, mestrado ou equivalente ou doutoramento ou equivalente) (níveis 5-8 da CITE) foi de 84,8 % a nível da UE em 2019. Esta taxa situa-se muito acima da verificada para os que apenas completaram o ensino básico (níveis 0-2 da CITE), a qual foi de 55.8 %. A taxa de emprego das pessoas que completaram o ensino secundário ou o ensino pós-secundário não universitário na UE-27 (níveis 3-4 da CITE) situa-se entre as duas taxas anteriores, ou seja, 73,4 %. Estes números podem indicar que, com um aumento do nível de instrução, a probabilidade de conseguir um emprego também aumenta.

Acresce que as pessoas que completaram, no máximo, o ensino básico (níveis 0-2 da CITE), para além de já serem quem menos probabilidades tem de encontrar um emprego (entre os três grupos analisados por nível de instrução), foram também as mais afetadas pela crise: a taxa de emprego neste grupo registou uma queda de 5,4 p.p. entre 2007 e 2013 a nível da UE. A correspondente diminuição para as pessoas com um nível médio ou elevado de ensino foi de 1.8 p.p. (para ambos os níveis).

Ferramenta 2: Taxa de emprego por nível de instrução, 2005-2019
(% da população na faixa etária dos 20-64 anos com um nível de instrução baixo/médio/elevado)
Fonte: Eurostat


A ferramenta 2 dá uma indicação da importância das habilitações educativas para aumentar as possibilidades de obter um emprego. Com efeito, na Eslováquia, por exemplo, em 2019 a taxa de emprego das pessoas com um nível de instrução baixo foi de 36,1 %; esta taxa é muito inferior à taxa de emprego das pessoas com um nível de instrução médio (75,6 %) e das pessoas com um nível de instrução elevado (80,6 %). Esta situação é comparável com a da Croácia (39,5 % para o nível de instrução baixo, contra 66,6 % para o nível de instrução médio), na República Checa (53,4 % contra 81,3 %), na Bulgária (51,2 % contra 76,0 %) e na Polónia (44,6 % contra 69,2 %). O caso da França também é digno de relevo, com taxas de emprego de 51,7 %, 70,1 % e 83,3 % para as pessoas com níveis de habilitações baixos, médio e altos respetivamente, quando se consideram os departamentos ultramarinos. Contudo, quando se excluem esses departamentos ultramarinos, as taxas de emprego para as pessoas com níveis de habilitações baixos, médio e altos passam a 52,5 %, 70,4 % e 83,4 % respetivamente. A diferença entre a França metropolitana (sem os departamentos ultramarinos) e a totalidade da França (com os departamentos ultramarinos) é, por conseguinte, menor com o aumento do nível de habilitações.

Especialistas das atividades intelectuais e científicas representam o maior grupo na UE-27

Em termos de profissões (CITP), os especialistas das atividades intelectuais e científicas constituíam o maior grupo na UE-27 em 2019 (metade esquerda do gráfico 1), com 19,5 % das pessoas empregadas. Seguiam-se os técnicos e profissões de nível intermédio (16,9 %) e o pessoal dos serviços e vendedores (16,3 %). No outro extremo da escala, encontram-se os dois grupos mais pequenos: trabalhadores qualificados da agricultura, da silvicultura e da pesca (3,3 %) e as profissões militares (0,6 %).

No entanto, considerando apenas a profissão, obtém-se uma imagem limitada das características económicas, sociais e culturais das pessoas empregadas. Por esta razão, foi introduzida uma classificação mais ampla por grupos socioeconómicos: o ESEG (European Socio-economic Groups). Esta classificação combina a profissão com a situação profissional. Segundo esta classificação, os especialistas das atividades intelectuais e científicas continuavam a ser o grupo mais importante na UE-27 em 2019 (19,4 % das pessoas com emprego, metade direita do gráfico 1), mas desta vez seguidos pelos trabalhadores com estatuto inferior (18,6 %) e pelos trabalhadores qualificados do setor industrial (17,1 %).

Gráfico 1: Pessoas com emprego, por grupo socioeconómico, faixa etária 20-64 anos, UE-27, 2019
(em % do emprego total)
Fonte: Eurostat (lfsa_egais) e (lfsa_esega)

Fonte dos dados para os quadros e os gráficos

Fontes de dados

Fonte: O Inquérito às Forças de Trabalho da União Europeia (EU-LFS) é o maior inquérito europeu por amostragem às famílias, fornecendo resultados trimestrais e anuais sobre a participação na atividade económica das pessoas com 15 anos ou mais, bem como sobre as pessoas que estão fora da população ativa Abrange os residentes em agregados domésticos privados. As pessoas a cumprir serviço militar obrigatório ou serviço cívico não estão incluídas nos resultados. O EU-LFS baseia-se nas mesmas populações-alvo e utiliza as mesmas definições em todos os países, o que significa que os resultados são comparáveis entre os países. O EU-LFS é uma importante fonte de informação sobre a situação e as tendências dos mercados de trabalho nacionais e da UE. Cada trimestre, são realizadas cerca de 1,8 milhões de entrevistas em todos os países participantes, a fim de obter informação estatística para cerca de 100 variáveis. Devido à diversidade das informações recolhidas e à grande dimensão da amostra, o EU-LFS é também uma importante fonte de dados para outras estatísticas europeias, como as estatísticas da educação ou as estatísticas regionais.

Período de referência: Os resultados anuais são obtidos a a partir de médias dos quatro trimestres do ano.

Cobertura: Os resultados do inquérito abragen atualmente os Estados-Membros da União Europeia o Reino Unido, oa países da EFTA Islândia, Noruega e Suíça, bem como os países candidatos Montenegro, Macedónia do Norte, Sérvia e Turquia. No caso de Chipre, o inquérito abrange apenas as zonas de Chipre controladas pelo Governo da República de Chipre.

Agregados europeus: UE e UE-27 refere-se à totalidade dos da UE com 27 Estados-Membros. Se não estiverem disponíveis dados para um país, o cálculo dos agregados correspondentes tem em conta os dados mais recentes possíveis relativos a esse país. Tais casos são devidamente assinalados.

Definições: Os conceitos e as definições utilizados no inquérito seguem as orientações da Organização Internacional do Trabalho. O emprego abrange as pessoas com 15 anos ou mais (16 e mais em Espanha e Itália, 15-74 anos na Estónia, Letónia, Hungria, Finlândia, Suécia, Noruega e Dinamarca e 16-74 anos na Islândia), que vivem em agregados domésticos privados que, durante a semana de referência, efetuaram trabalho, mesmo que apenas uma hora, mediante remuneração, lucro ou ganho familiar, ou que não estavam a trabalhar, mas tinham um emprego ou uma atividade de que estavam temporariamente ausentes, por exemplo, devido a doença, férias, conflito laboral ou ensino e formação.

O emprego pode ser medido em termos de número de pessoas ou de empregos em equivalente a tempo completo ou em horas trabalhadas. Todas as estimativas apresentadas neste artigo utilizam o número de pessoas; a informação apresentada relativamente às taxas de emprego também assenta em estimativas do número de pessoas. As estatísticas do emprego são geralmente expressas em taxas de emprego, a fim de neutralizar as diferentes realidades demográficas ao longo do tempo e facilitar as comparações entre países de dimensões diferentes. Estas taxas referem-se habitualmente à população ativa, geralmente considerada como constituída por todos os indivíduos na faixa etária dos 15-64 anos, ainda que Espanha, o Reino Unido e a Islândia utilizem a faixa etária dos 16-64 anos. A faixa etária dos 15-64 anos corresponde também à norma utilizada por outras organizações estatísticas internacionais (embora alguns decisores políticos atribuam cada vez mais importância à faixa etária dos 20-64 anos, dado que uma percentagem crescente da população da UE prossegue os seus estudos no ensino superior).

O conceito de emprego subjacente ao LFS difere do conceito de emprego ao nível nacional subjacente às contas nacionais, já que o segundo não fixa qualquer limite em termos de idade ou tipo de agregado doméstico, e inclui também a população não residente que contribui para o PIB, bem as pessoas a cumprir serviço militar obrigatório ou serviço cívico.

A página de apresentação do Inquérito ao emprego da UE — EU Labour force survey contem ligações para cinco artigos com informação técnica e metodológica.

Note-se que o Eurostat fornece dois conjuntos de indicadores relacionados com a taxa de emprego anual, que têm finalidades diferentes e que, em alguns casos, diferem entre si:

(1) Os principais indicadores, que são ajustados sazonalmente. Incluem os indicadores mais importantes da Estratégia Europa 2020 e são utilizados para acompanhar (ao nível nacional e da UE) o cumprimento das metas desta estratégia. Estes indicadores têm poucas desagregações e referem-se normalmente ao grupo etário 20-64. Note-se que, no caso da França, são publicadas duas séries: uma que inclui os departamentos ultramarinos e que começa em 2003, e uma para a França metropolitana, que exclui esses departamentos ultramarinos, e que começa em 1992. Esta última é avaliada na estratégia Europa 2020 e incluída também nos agregados pertinentes da UE e da área do euro.

(2) Os resultados detalhados, que não são ajustados sazonalmente. Apresentam um grande número de desagregações, pelo que podem ser utilizados para uma análise mais pormenorizada. Para a França, só é publicada uma série de dados. Esta série contém dados para a França metropolitana até ao quarto trimestre de 2013 e, a partir de 2014, também para os departamentos franceses ultramarinos.

Este artigo apresenta os resultados anuais para a maioria dos indicadores do conjunto «principais indicadores».

Principais conceitos Entre as principais características do emprego, nos termos do LFS, contam-se as seguintes:

  • os trabalhadores por conta de outrem são os indivíduos que trabalham para um empregador público ou privado e que recebem uma compensação sob a forma de ordenados, salários, pagamentos à peça ou em espécie; incluem-se também os membros não profissionais das forças armadas;
  • os trabalhadores por conta própria exercem a respetiva atividade em empresas, explorações agrícolas ou consultórios próprios. Um trabalhador por conta própria é considerado como estando a trabalhar durante a semana de referência se cumprir um dos seguintes critérios: trabalha com a finalidade de auferir lucro; dedica o seu tempo a uma atividade profissional ou a um negócio; ou encontra-se atualmente a lançar uma empresa;
  • a distinção entre trabalho a tempo completo e trabalho a tempo parcial baseia-se geralmente numa resposta espontânea do inquirido. As principais exceções verificam-se nos Países Baixos e na Islândia, onde se aplica um limiar de 35 horas, na Suécia, onde se aplica um limiar ao trabalhador por conta própria, e na Noruega, onde as pessoas que trabalham entre 32 e 36 horas são questionadas se se trata de uma posição a tempo completo ou a tempo parcial;
  • os indicadores para as pessoas com um segundo emprego referem-se apenas a pessoas com mais do que um emprego em simultâneo; as pessoas que mudaram de emprego durante a semana de referência não são contabilizadas como tendo dois empregos;
  • considera-se que um indivíduo empregado tem um emprego temporário se o empregador ou o empregado concordar em que o termo do emprego em questão é determinado por condições objetivas, tais como uma data específica, a conclusão de uma tarefa ou o regresso de um trabalhador que foi temporariamente substituído. São casos típicos: pessoas com emprego sazonal; pessoas recrutadas por uma agência ou uma bolsa de emprego e contratadas por uma entidade terceira para o cumprimento de uma tarefa específica (a menos que haja um contrato de trabalho escrito, de duração ilimitada); pessoas com contratos de formação específicos.

O nível de instrução refere-se ao nível de habilitações, ou seja, o nível de ensino mais elevado concluído com êxito. O nível de instrução baixo refere-se aos níveis 0-2 da CITE (inferior ao ensino básico e ensino básico), o nível médio refere-se aos níveis 3 e 4 da CITE (ensino secundário e pós-secundário não universitário) e o nível de instrução elevado refere-se aos níveis 5-8 da CITE (ensino superior).

Os grupos socioeconómicos europeus são uma classificação derivada que permite o agrupamento de pessoas com características económicas, sociais e culturais semelhantes em toda a União Europeia, com base apenas nas principais variáveis sociais, a fim de assegurar uma utilização cómoda em todos os inquéritos sociais que fornecem resultados comparáveis. As principais variáveis sociais utilizadas são «estatuto profissional da OIT», «situação na profissão», «profissão principal» (de acordo com a CITP-08) e «condição perante o trabalho (autoclassificação)». A classificação pormenorizada e as notas explicativas, podem ser consultadas em a página dos grupos socioeconómicos europeus no servidor de classificação RAMON do Eurostat.

Contexto

As estatísticas do emprego podem ser utilizadas para vários tipos de análises, incluindo as de índole macroeconómica (ou seja, analisar o trabalho como fator de produção), bem como para estudar a produtividade ou a competitividade. Também podem ser utilizadas para estudar toda uma gama de aspetos sociais e comportamentais relacionados com a situação individual no emprego, como a integração social das minorias ou o emprego como fonte de rendimento das famílias.

O emprego é simultaneamente um indicador estrutural e um indicador de curto prazo. Enquanto indicador estrutural, pode fazer luz sobre a estrutura dos mercados de trabalho e os sistemas económicos, medidos pelo equilíbrio entre a oferta e a procura de mão de obra ou a qualidade do emprego. Enquanto indicador de curto prazo, o emprego segue o ciclo empresarial; no entanto, tem limites neste contexto, já que o emprego é frequentemente referido como um indicador desfasado.

As estatísticas do emprego estão no cerne de muitas políticas da UE. A Estratégia Europeia de Emprego foi lançada na Cimeira do Emprego no Luxemburgo em novembro de 1997 e revista em 2005 a fim de alinhar a estratégia de emprego da UE com os objetivos de Lisboa revistos, enquanto em julho de 2008 foram atualizadas as orientações para as políticas de emprego para o período de 2008 a 2010. Em março de 2010, a Comissão Europeia lançou a estratégia Europa 2020 em prol de um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. esta estratégia foi aprovada pelo Conselho Europeu em junho de 2010. O Conselho Europeu chegou a acordo sobre cinco metas estratégicas, sendo a primeira a de aumentar a taxa de emprego das mulheres e dos homens na faixa etária dos 20-64 para 75 % até 2020. Os Estados-Membros podem fixar as suas próprias metas nacionais à luz destas orientações e elaborar os seus próprios programas de reforma, os quais comportam ações para concretizar os objetivos da estratégia. Em linha com a estratégia Europa 2020, a Estratégia Europeia de Emprego incentiva a adoção de medidas para ajudar a cumprir três grandes objetivos até 2020, designadamente:

- 75 % das pessoas na faixa etária dos 20 aos 64 anos com emprego;
- redução do abandono escolar precoce para menos de 10 % e levar a 40 %, pelo menos, a percentagem de pessoas na faixa dos 30-34 anos com o ensino superior concluído;
- reduzir em pelo menos 20 milhões o número de pessoas em risco de pobreza e exclusão social.

O ritmo lento da saída da crise económica e financeira e os indícios de subida do desemprego levaram a Comissão Europeia a apresentar, em 18 de abril de 2012, um conjunto de propostas de medidas para fomentar a criação de postos de trabalho através de um pacote específico dedicado ao emprego. Estas propostas, entre outras, incidiram no lado da procura da criação de emprego e definem formas de os Estados-Membros da UE incentivarem a contratação, através da redução da carga fiscal sobre o trabalho ou de apoio à criação de novas empresas. Visaram também identificar domínios de atividade económica com potencialidades de criação de emprego, tais como a economia verde, os serviços de saúde e as tecnologias de informação e comunicação.

Em dezembro de 2012, face ao elevado e crescente desemprego juvenil em vários Estados-Membros da UE, a Comissão Europeia propôs um Pacote de medidas dedicado ao emprego jovem (COM(2012) 727 final). Este pacote deu seguimento às ações destinadas aos jovens, já previstas no pacote geral do emprego, e consubstanciou um conjunto de propostas, designadamente as seguintes:

  • medidas para que todos os jovens até aos 25 anos beneficiem de uma boa oferta de emprego, formação contínua, oportunidades de aprendizagem ou de um estágio no prazo de quatro meses após terem saído do ensino formal ou terem ficado desempregados (uma garantia para a juventude);
  • uma consulta dos parceiros sociais europeus sobre um quadro de qualidade para estágios para proporcionar aos jovens a aquisição de experiências de trabalho de elevada qualidade em condições de segurança;
  • uma aliança europeia para aprendizagem a fim de melhorar a qualidade e as oportunidades de aprendizagem disponíveis, bem como estabelecer formas para reduzir os obstáculos à mobilidade dos jovens.

Os esforços para reduzir o desemprego jovem continuaram em 2013, com a Comissão Europeia a apresentar uma Iniciativa para o Emprego dos Jovens (COM(2013) 144 final) destinada a reforçar e a acelerar as medidas estabelecidas no Pacote para o Emprego Jovem. Visava apoiar, em especial, os jovens que não estudam, não trabalham e não seguem qualquer formação em regiões onde a taxa de desemprego dos jovens é superior a 25 %. Seguiu-se uma outra comunicação intitulada «Trabalhar juntos para os jovens europeus — Apelo à ação contra o desemprego dos jovens» (COM(2013) 447 final) destinada a acelerar a implementação da garantia para a juventude e ajudar os Estados-Membros da UE e as empresas para que possam recrutar mais jovens.

Uma das principais prioridades do Colégio de Comissários que tomou posse em 2014 era centrar-se na promoção do emprego, do crescimento e do investimento, com o objetivo de diminuir a regulamentação e utilizar de forma mais inteligente os recursos financeiros e os fundos públicos existentes. Em fevereiro de 2015, a Comissão Europeia publicou uma série de relatórios por país que analisam as políticas económicas dos Estados-Membros da UE e fornecem informações sobre as prioridades dos Estados-Membros da UE para o ano seguinte para estimular o crescimento e a criação de emprego. No mesmo mês, a Comissão Europeia propôs também disponibilizar mil milhões de EUR da Iniciativa para o Emprego dos Jovens em 2015, de modo a aumentar até 30 vezes o pré-financiamento que os Estados-Membros poderiam receber para impulsionar as taxas de emprego dos jovens, com o intuito de colocar até 650 000 jovens em situação de emprego.

Em junho de 2016, a Comissão Europeia adotou uma Agenda de Competências para a Europa (COM(2016) 381/2) sob o título «Trabalhar em conjunto para reforçar o capital humano, a empregabilidade e a competitividade». Esta agenda tem por objetivo assegurar que as pessoas desenvolvem as competências necessárias, no presente e no futuro, com vista a melhorar a empregabilidade, a competitividade e o crescimento em toda a UE.

Mais recentemente, o Europeu dos Direitos Sociais foi assinado conjuntamente pelo Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão em 17 de novembro de 2017. As políticas sociais e de emprego são os principais domínios de interesse do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, que visa criar direitos novos e mais eficazes para os cidadãos. Tem três categorias principais: (1) igualdade de oportunidades e acesso ao mercado de trabalho, (2) condições de trabalho justas e (3) proteção e inclusão sociais. Em especial, as modalidades de trabalho mais flexíveis atualmente existentes oferecem novas oportunidades de emprego, principalmente para os jovens, mas podem criar novas situações de precariedade e desigualdade. Construir uma Europa mais justa e reforçar a sua dimensão social são prioridades-chave da Comissão. O Pilar Europeu dos Direitos Sociais é acompanhado de um «painel de indicadores sociais» que monitorizará a execução do Pilar, mediante o acompanhamento das tendências e dos desempenhos nos países da UE em 12 domínios, e contribuirá para o Semestre Europeu na vertente de coordenação das políticas económicas. O painel de indicadores permitirá igualmente avaliar os progressos realizados no sentido da obtenção de um «triplo A» social para a UE na sua globalidade.

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