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PIB e dos agregados familiares a nível regional

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Dados de março de 2012. Dados mais recentes: Mais informações do Eurostat, Principais quadros e Bases de dados.

O produto interno bruto (PIB) é um indicador fundamental do crescimento e do desenvolvimento económico: a primeira parte deste artigo apresenta uma análise regional da União Europeia (UE) baseada no nível do PIB per capita e na sua evolução nos últimos anos. As contas económicas oferecem informação importante que pode ser utilizada ppara a análise da economia regional. Estas estatísticas (apenas disponíveis em termos de preços correntes) são ainda utilizadas para a distribuição das despesas ao abrigo da política de coesão europeia. Todas as regiões na UE são abrangidas pela política de coesão: no entanto, a maioria dos fundos estruturais são destinados a regiões NUTS 2, onde o PIB per capita é inferior a 75% da média da UE-27 (com base numa média de três anos).

A segunda parte deste artigo considera os rendimentos das famílias por região (também disponível apenas em termos de preços correntes). Disponibiliza informação relativa ao rendimento primário (por exemplo, o rendimento do trabalho) bem como o rendimento disponível que resulta da redistribuição por parte do Estado (impostos, benefícios sociais e outras transferências). Note-se que os dados regionais sobre o rendimento das famílias se referem a 2008 ao passo que análise do PIB se baseia no ano de referência de 2009.

Mapa 1: Produto interno bruto (PIB) per capita, em paridade de poder de compra padrão (PPS), por regiões NUTS 2, 2009, (em pontos percentuais da média da UE 27, UE-27=100) - Fonte: Eurostat (nama_r_e2gdp)
Mapa 2: Produto interno bruto (PIB) per capita, em paridade de poder de compra padrão (PPS), por regiões NUTS 3, 2009 (1) (em pontos percentuais da média da UE 27, UE-27=100) - Fonte: Eurostat (nama_r_e3gdp)
Gráfico 1: Produto interno bruto (PIB) per capita, em paridade de poder de compra padrão (PPS), por regiões NUTS 3, 2009 (1) (em pontos percentuais da média da UE 27, UE-27=100) - Fonte: Eurostat (nama_r_e2gdp)
Mapa 3: Evolução do produto interno bruto (PIB) per capita, em paridade de poder de compra padrão (PPS), por regiões NUTS 2, 2000-2009 (1), (diferença em pontos percentuais entre 2009 e 2000, em relação à média da UE 27) - Fonte: Eurostat (nama_r_e2gdp)
Tabela 1: Dispersão do PIB por regiões NUTS 2, 2000 e 2009 em pontos percentuais - Fonte: Eurostat (nama_r_e0digdp), (nama_r_e2gdp) e (demo_r_d3avg)
Mapa 4: Rendimento primário das famílias per capita (em PPS), por regiões NUTS 2, 2008, (1) (em pontos percentuais da média da UE 27, UE-27=100) - Fonte: Eurostat (nama_r_ehh2inc)
Gráfico 2: Rendimento disponível das famílias, por regiões NUTS 2, 2008, (1) (PPS per capita) - Fonte: Eurostat (nama_r_ehh2inc)

Principais resultados estatísticos

O PIB e os rendimentos das famílias são inicialmente calculados nas respectivas moedas nacionais, sendo posteriormente convertidos em paridades de poder de compra (PPP) que consideram as diferenças nos níveis dos preços entre os Estados-Membros permitindo uma comparação mais rigorosa. Para o PIB é utilizada uma paridade geral, enquanto para ao rendimento das famílias é utilizada uma paridade de poder de compra específica para apurar a despesa de consumo final.

Ao uilizar as PPP (em vez das taxas de câmbio dos mercados) estes indicadores são convertidos numa moeda comum artificial denominada paridades de poder de compra padrão (PPS), ou, no caso do rendimento das famílias em paridade do poder de compra e de consumo padrão (PPCS). O uso de PPSs e PPCSs torna possível comparar o poder de compra em todas as regiões dos Estados-Membros onde existem moedas diferentes e diferentes de níveis de preços. Para mais informações sobre o uso das PPPs , consulte a seção Fontes e disponibilidade de dados, abaixo.

PIB regional per capita

O Mapa 1 mostra o PIB per capita em cada região NUTS 2, em percentagem da média da UE-27, que em termos absolutos foi de 23 500 PPS em 2009, abaixo dos 25 000 PPS de 2008. Nas regiões NUTS 2 da UE, o PIB per capita variou entre 28 % da média da UE 27 (6 400 PPS) em Severozapaden, na Bulgária, e 343 % (85 800 PPP) na região de Inner London, no Reino Unido, O fator equidistante das duas extremidades da distribuição é assim de 12,2:1. O Luxemburgo, (com 266 % da média UE-27), a região de Bruxelas (216 %), e a região alemã de Hamburgo (188%) ocupam as segunda a quarta posições na tabela das regiões com o PIB per capita mais elevado, seguidas das regiões circundantes das capitais da Eslováquia, da França e da República Checa com 178 %, 177 % e 175 % da média UE-27, respetivamente. Muitas das regiões com elevado PIB per capita correspondem a regiões circundantes das capitais ou regiões contíguas - é o caso da Bélgica, da República Checa, Dinamarca, Irlanda, Espanha, França, Luxemburgo (que é apenas uma região), Países Baixos, Áustria, Eslováquia, Finlândia, Suécia e Reino Unido. Além disso, várias regiões registaram um PIB per capita médio que ultrapassa em mais de 25% a média da UE-27 no sul da Alemanha, nas regiões circundantes das grandes cidades no oeste Alemão, norte de Espanha e Itália, oeste da Áustria, várias regiões dos Países Baixos, bem como na região Belga em torno de Antuérpia, na região insular de Åland (Finlândia) e no Nordeste da Escócia (Reino Unido). Assim, as áreas circundantes das capitais da Eslováquia, Bratislava, e da República Checa, Praga, foram as únicas regiões dos Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007 a integrarem as 39 regiões onde o PIB médio per capita ultrapassou em mais de 25% a média da UE-27. As regiões mais prósperas seguintes (segundo esta medida) nos Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007, situaram-se muito aquém destes valores, a saber, Bucureşti - Ilfov na Roménia, com 111% da média da UE-27. A região eslovena de Zahodna Slovenija e a região húngara de Közép-Magyarország foram as únicas outras regiões de Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007, a registarem um PIB médio per capita (em PPS) acima da média da UE-27 .

Globalmente, verificaram-se 68 regiões com um PIB médio per capita 25% inferior à média da UE-27. 20 destas regiões estão concentradas em seis Estados-Membros da UE-15: Itália (cinco regiões do sul), França (quatro regiões ultramarinas), Grécia e Portugal (quatro regiões cada), Reino Unido (duas regiões) e Espanha (região da Extremadura). As restantes 48 regiões pertencem a Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007: todos esses 12 Estados-Membros tiveram pelo menos uma região abaixo deste nível, com excepção do Chipre e de Malta. Dessas regiões, 22 registaram um PIB médio per capita de quase metade da média da UE-27, estando estas regiões situadas na Bulgária, Hungria, Polónia, Roménia e Eslováquia. Nestas 22 regiões cujo PIB per capita em PPS corresponde a 50% da média da UE-27 ou menos, vivem cerca de 38,5 milhões de pessoas, o equivalente a 7,7% da população da UE-27.

Um PIB per capita geralmente baixo foi também registado na antiga República Jugoslava da Macedónia e na Croácia, embora a região de Sjeverozapadna Hrvatska (a região da cidade capital da Croácia) tenha registado um nível equivalente a 78% da média da UE-27.

A Tabela 1 apresenta uma análise da proporção da população que em 2009 vivia em regiões com um PIB per capita (em PPC) inferior a 75% da média da UE-27 e a proporção dos que atingiam 125% acima da média. Em 2009, a proporção da população a residir em regiões onde o PIB per capita era inferior a 75% da média da UE-27 foi de 23,3%, enquanto a proporção dos que viviam em regiões onde este valor foi superior a 125% à média da UE -27 foi de 19,0%, a proporção da população no ponto médio da amostra (PIB per capita entre 75% e 125%) foi de 57,7%. Nos três Estados-Membros do Báltico, cada um com apenas uma região NUTS 2 , a totalidade da população vivia em regiões com um PIB médio per capita inferior a 75% da média da UE-27, sendo também o caso da ex-República Jugoslava da Macedónia (também com uma região apenas). Na Roménia, Eslováquia, Polónia, República Checa, Bulgária, Hungria, Portugal e Eslovénia, mais da metade da população vivia em regiões com um PIB médio per capita inferior a 75% da média da UE-27, o que também foi o caso na Croácia.

Em contraste, no Luxemburgo (uma região NUTS 2) toda a população vivia com um PIB médio per capita superior a 125% da média da UE-27; na Irlanda, Países Baixos e Finlândia, mais de metade da população vivia em regiões NUTS 2. Nos dois Estados-Membros insulares, Chipre e Malta, (cada uma única região NUTS 2) toda a população registava um PIB per capita médio (entre 75% e 125% da média da UE-27), assim como a maior parte da população do Reino Unido (86,8%), França (78,8%), Suécia (78,5%), Grécia (78,3%), Espanha (77,9%) , Alemanha (70,5%), Dinamarca (69,7%), Bélgica (64,0%) e Áustria (60,6%).

Análise regional mais detalhada

Enquanto o Mapa 1 se debruça sobre as regiões NUTS 2, particularmente importantes em termos da definição da elegibilidade para os fundos estruturais, o Mapa 2 oferece uma análise mais detalhada das economias regionais, com base nas regiões NUTS 3. Compreensivelmente, a análise geral é semelhante à das regiões NUTS 2, embora haja algumas regiões NUTS 3 atípicas em relação ao nível superior (NUTS 2) a que pertencem. Este fenómeno pode resultar muitas vezes das migrações para as regiões NUTS 3 centrais de população das áreas circundantes, resultando n uma concentração da atividade económica nas zonas urbanizadas. Por exemplo, na região de Yugozapaden, região NUTS 2, que inclui a capital da Bulgária a média do PIB médio per capita (em PPS) foi de 75% da média da UE-27, mas ao nível NUTS 3, mais detalhado, a região de Sofia (Stolitsa) registou um valor de 104,3% para este indicador, enquanto as restantes quatro regiões NUTS 3 regiões apresentaram valores abaixo dos 50%. Uma situação semelhante ocorreu na região NUTS 2 que inclui a capital da Polónia, Mazowieckie, onde as regiões NUTS 3 de Ostrolecko-Siedlecki e Radomski registaram um PIB médio per capita (em PPS), inferior a metade da média para Mazowieckie, sendo esta última aumentada pelo nível relativamente alto da região NUTS 3 de Miasto Warszawa.

Dentro da região alemã de Oberbayern (NUTS 2) registou-se uma grande amplitude de valores para este indicador ao nível das regiões NUTS 3: Fürstenfeldbruck registou um PIB médio per capita (em PPS), de 79,6% da média da UE-27, enquanto que München Landkreis registou um rácio de 330,2%. Similarmente, em Rheinhessen-Pfalz (NUTS 2) o a região NUTS 3 de Südwestpfalz registou um PIB médio per capita (em PPS), de 52,3% da média da UE-27 enquanto que Ludwigshafen am Rhein (Kreisfreie Stadt) registou 215,3%. As regiões alemãs NUTS 3 de Regensburg, Schweinfurt, Wolfsburg, Düsseldorf e Koblenz (todas Städte Kreisfreie) registaram um PIB médio per capita superior ao dobro da média do nível NUTS 2 do qual fazem parte, nomeadamente Oberpfalz, Unterfranken, Braunschweig, Düsseldorf e Koblenz, respectivamente. Na mesma linha, a região NUTS 3 de Oost-Groningen, nos Países Baixos registou um PIB médio per capita (em PPS), de 72,8% da média da UE-27, inferior a metade do nível registado em Groningen (NUTS 2) como um todo, avaliado em 170 %.

Principais disparidades regionais dentro do mesmo país

O Mapa 2 destaca uma série de casos de grandes disparidades em termos de PIB per capita entre regiões NUTS 3 dentro da mesma região NUTS 2 ; o Gráfico 1 apresenta uma análise das diferenças regionais substanciais dentro do mesmo país. Note-se que o Chipre e o Luxemburgo consistem em apenas uma região NUTS 3.

O valor apurado em 2009 na região com o PIB médio per capita mais elevado na Dinamarca, Malta e Suécia, não chegava ao dobro do nível mais baixo apurado nesses países; no entanto, nos restantes países representados no Gráfico 1, a diferença foi maior, sendo superior a um fator de 5 para 1 na Alemanha, França, Polónia e Roménia e atingindo um fator de 10.5 para 1 no Reino Unido.

Em muitos Estados-Membros, a região da capital (ao nível NUTS 3) registou o PIB per capita mais elevado (em termos de PPS): esta situação ocorreu na Bélgica, Bulgária, República Checa, Dinamarca, Estónia, Irlanda, Letónia, Lituânia, Hungria, Malta, Polónia, Portugal, Eslovénia, Eslováquia, Suécia e Reino Unido (note-se que a capital do Reino Unido é composta por duas regiões NUTS 3), bem como na Croácia e Antiga República Jugoslava da Macedónia . Assim sendo, em todos os Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007, a região da capital apresentou o PIB médio per capita mais elevado, à excepção da Roménia onde o nível mais elevado se registou na região circundante à capital. Uma situação semelhante verificou-se em França, onde a região NUTS 3 com o maior PIB médio per capita se registou numa região vizinha à região da capital. A Alemanha foi o único Estado-Membro onde a região da capital ao nível NUTS 3 teve um PIB médio per capita abaixo da média nacional.

Convergência

O Mapa 3 apresenta a evolução do PIB per capita entre 2000 e 2009, em comparação com a média da UE-27 (expresso em pontos percentuais da média da UE-27). Note-se que o período estudado abrange vários anos em que a UE registou um crescimento global relativamente forte, a que se seguiu os primórdios da crise financeira e económica. Além disso, como a análise é baseada numa comparação com a média da UE, um valor negativo para uma região individual pode ainda assim refletir um crescimento real, embora menor do que a média da UE-27, que registou um crescimento de 23,0% (a preços correntes) durante esse período. A análise compara a situação em dois anos e não reflete os movimentos dos anos individualmente entre o início e o fim, refletindo antes o resultado global destes anos combinados. Este resultado global pode refletir períodos em que a taxa de variação do PIB per capita numa região foi positiva (expansão), combinada com períodos de taxa de variação negativa (contração).

As regiões de expansão relativamente rápida, cujo PIB per capita aumentou em mais de 10 pontos percentuais em comparação com a média da UE-27, são apresentadas na tonalidade mais escura de roxo. Por outro lado, as regiões que registaram taxas mais baixas de expansão ou mesmo um período de contração (aquelas com uma queda superior a 10 pontos percentuais no PIB per capita em comparação com a média da UE-27) são apresentadas na tonalidade mais leve de roxo.

Várias regiões das capitais registaram um grande aumento, particularmente entre os Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007. As maiores taxas de crescimento em relação à média da UE-27 foram registados nas regiões das capitais da Eslováquia (+69 pontos percentuais), Roménia (+55), Bulgária (+38) e República Checa (+36), seguidas pelas regiões das capitais da Grécia (+29) e Reino Unido (+28). As regiões das capitais também ocuparam as duas primeiras posições na outra extremidade do espetro, com a região da capital belga (Région de Bruxelles-Capitale/Brussels Hoofdstedelijk Gewest) a registar uma queda de 33 pontos percentuais em relação à média da UE-27, seguida pela região austríaca de Viena (-25 pontos percentuais).

O mapa mostra que esta medida de desempenho económico esteve acima da média da UE-27 nas regiões periféricas do sudoeste e leste da UE, em particular nas regiões dos Estados Bálticos, Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Roménia , Bulgária, Grécia e Chipre, no leste, e na Espanha, a oeste. Além da Espanha e da Grécia, outros Estados-Membros da UE-15 tiveram uma região com crescimento de mais de 10 pontos percentuais em relação à média da UE-27, a saber, o Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Finlândia e Reino Unido.

Na Bulgária, República Checa, Polónia, Roménia, Eslovénia e Eslováquia todas as regiões obtiveram entre 2000 e 2009 um crescimento no PIB per capita (em PPS), acima da taxa média de crescimento da UE-27, o mesmo acontecendo nos Estados-Membros do Báltico, no Chipre e no Luxemburgo todos eles compostos por uma única região NUTS 2.

Em contraste, todas as regiões, na Dinamarca, Irlanda, Itália, Áustria e Suécia registaram um aumento do PIB per capita (em PPC) inferior à taxa de crescimento média da UE-27, como foi o caso de Malta (que é apenas uma região). Em 53 regiões o PIB per capita caiu 10 pontos percentuais ou mais em relação à média da UE-27, e nenhuma delas pertence a Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007. Essas regiões situam-se principalmente no Reino Unido (16 regiões), na França ou na Itália (11 regiões cada), tendo-se identificado quatro dessas regiões na Suécia, três na Bélgica e na Alemanha e uma na Dinamarca, Grécia, Espanha, Países Baixos e Áustria.

Aumento global da convergência dentro da UE

A convergência regional do PIB per capita (em PPS) pode ser avaliada de várias formas. A abordagem mais simples é medir a relação entre os valores mais alto e mais baixo. Por este método, o fosso diminuiu de um fator de 17,1 em 2000 para 12,2 em 2009, principalmente devido ao crescimento mais rápido na Bulgária e na Roménia. No entanto, esta abordagem utiliza apenas os valores extremos e não tem em conta a grande maioria das regiões. O indicador da dispersão do PIB regional fornece uma avaliação abrangente da convergência regional: para mais informações sobre o método de cálculo, ver abaixo, sob o título Fontes e disponibilidade de dados. Este indicador tem em conta as divergências em termos de PIB per capita em cada região NUTS 2 em relação à média nacional, ponderada em função da população regional. A Tabela 1 compara os valores nacionais de dispersão de 2000 com os de 2009 (compilados a partir dos dados NUTS 2) . Em 2009, a maioria dos Estados-Membros da UE-15 tivem um nível de dispersão menor do que os Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007, embora este não fosse o caso da Eslovénia ou da Polónia. Além disso, o nível de dispersão aumentou na generalidade entre 2000 e 2009 nos Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007. A Bulgária registou o maior aumento, destacada, cabendo à Eslovénia e à Polónia os aumentos menos expressivos. Parece, portanto, que o processo de recuperação económica em curso em muitos dos Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007 tem sido acompanhado pelo aumento das disparidades regionais.

O panorama entre os UE-15 Estados-Membros tornou-se mais diverso. Na Grécia, o nível de dispersão aumentou consideravelmente, com os menores aumentos a registarem-se na Suécia, Reino Unido, França, Irlanda e Portugal. O nível de dispersão diminuiu entre 2000 e 2009 na Áustria (estimativas do Eurostat), Finlândia, Espanha, Itália (também estimativas do Eurostat), Alemanha, Bélgica e Dinamarca, permanecendo inalterado (e baixo) nos Países Baixos.

Feito o balanço, a crescente convergência dentro de vários Estados-Membros da UE-15 e uma maior convergência entre os Estados-Membros superaram a divergência crescente dentro de outros Estados-Membros, resultando em estimativas do Eurostat que sugerem um aumento na convergência regional para a UE-27 como um todo.

Uma comparação entre os dados de 2000 e de 2009, revela as seis regiões que conseguiram superar o limiar inferior a 75% (utilizado para os fundos estruturais) durante este período para atingir os 75% ou acima: Yugozapaden (Bulgária), Voreio Aigaio (Grécia), Andaluzia (Espanha), Mazowieckie (Polónia), a Região Autónoma dos Açores (Portugal) e Bucuresti - Ilfov (Roménia). Nessas regiões viviam 18,2 milhões de pessoas em 2009, cerca de 3,6% da população da UE-27. Ao mesmo tempo, no entanto, o PIB per capita (em PPS), na região de West Wales e The Valleys (Reino Unido) desceu do limiar dos 75% da média da UE-27 onde se situava, e na região de Puglia, no sul de Itália, este indicador caiu de uma posição acima dos 75% da média da UE-27 para um nível inferior a este limiar.

Rendimentos das famílias: Resultados de 2008

Nas economias de mercado com mecanismos de redistribuição do Estado, é feita uma distinção entre duas fases de distribuição de rendimentos. A distribuição primária refere-se ao rendimento das famílias gerado diretamente de operações de mercado, ou seja, a compra e venda de factores de produção e bens. Em particular, isto inclui o rendimento do trabalho pago e o auto-emprego, bem como os rendimentos recebidos na forma de juros, dividendos e arrendamentos. Os juros e arrendamentos a pagar são registados como elementos negativos e o saldo de todas estas operações é conhecido como o rendimento primário das famílias.

O segundo conceito é o de rendimento disponível, este resultado rendimento primário, adicionando todas as prestações sociais e transferências monetárias (de redistribuições do Estado) e subtraindo os impostos sobre os rendimentos e a riqueza, bem como contribuições sociais e transferências semelhantes - como tal, reflete o rendimento 'de bolso ", que as pessoas podem gastar ou poupar.

O Mapa 4 apresenta uma visão geral do rendimento primário per capita nas regiões NUTS 2 de 24 Estados-Membros: ao contrário do PIB, os dados do rendimentos das famílias não estão disponíveis ao nível NUTS 3. O rendimento primário per capita na UE-27 foi de 17 200 PPS em 2008. O rendimento primário variou do valor máximo de 36 800 PPS per capita em Inner London (Reino Unido) ao valor mínimo de 3 600 PPS em Severozapaden (Bulgária), um fator de 10,2 para 1.

Uma das características mais marcantes do Mapa 4 é o nível relativamente elevado de rendimento per capita registado nas regiões circundantes às capitais. Os maiores níveis de rendimentos per capita na República Checa, Dinamarca, Irlanda, Grécia, França, Hungria, Polónia, Portugal, Roménia, Eslovénia, Eslováquia, Suécia e no Reino Unido foram registados na região NUTS 2 onde se situa a capital desses países; note-se que há seis outros Estados-Membros que não têm qualquer repartição regional disponível ao nível NUTS 2. Lisboa (Portugal) e Berlim (Alemanha) foram as únicas regiões da UE-15 que incluem a capital do país a denunciarem um rendimento primário per capita abaixo da média da UE-27; entre os Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007, Bratislavský kraj (Eslováquia) foi a única região da capital a registar um rendimento primário per capita acima da média da UE-27.

Das 51 regiões NUTS 2 onde o rendimento primário per capita se regista 25% acima da média da UE-27 em 2008, 19 situam-se na Alemanha, sete na Itália e no Reino Unido, seis na Áustria, quatro na Bélgica, três na Espanha e nos Países Baixos e uma na França e na Suécia. Destacaram-se pólos de elevados rendimentos médios per capita em toda a Áustria, no sul da Inglaterra e no Nordeste da Escócia no Reino Unido, bem como no nordeste da Espanha. Além disso, registou-se uma clara diferenciação entre o norte e o sul na Itália (rendimentos mais elevados no norte) e entre o leste e oeste na Alemanha e nos Países Baixos (rendimentos mais elevados a oeste).

28 regiões NUTS 2 registaram um rendimento primário per capita correspondente a 50% da média da UE-27 ou inferior- todas essas regiões estão situadas nos Estados-Membros que aderiram à UE em 2004 ou 2007 - dez regiões na Polónia, sete na Roménia (todas, exceto a região da capital de Bucuresti - Ilfov), seis na Bulgária (todas as regiões da Bulgária), quatro na Hungria e uma na Eslováquia.

O rendimento primário da UE-27 foi reduzido em 13,3%, em resultado da intervenção do Estado (redistribuição), resultando num rendimento médio disponível de 14 900 PPS per capita em 2008. A região de Inner London (PPS 26 600 per capita) teve o maior nível de rendimento disponível per capita (como foi o caso do rendimento primário), enquanto Severozapaden (Bulgária) relataram o menor nível (3 800 PPCS). Assim sendo, a relação entre os níveis regionais mais altos e mais baixos foi de 6,9 para 1 (em comparação com o fator de 10,2 a 1 apurado para o rendimento primário).

A comparação entre o rendimento primário e o rendimento disponível mostra a influência que a intervenção Estatal geralmente representa nesse nivelamento . A redistribuição resultou em rendimentos relativos consideravelmente mais elevados no sul da Itália, na zona oeste da Espanha e do Reino Unido, bem como nas regiões do leste da Bulgária, Alemanha, Hungria, Polónia e Roménia. Embora na maioria das regiões NUTS 2 se tenha apurado um rendimento disponível per capita inferior ao rendimento primário per capita, 30 dessas regiões auferiram de benefícios sociais e outras transferências, a ponto do seu rendimento disponível per capita passar a ser superior , sete dessas regiões situam-se na Polónia, cinco em Portugal e Roménia, quatro Grécia e no Reino Unido, três na Bulgária e uma Alemanha e na Itália.

A Figura 2 apresenta a variação do rendimento disponível per capita em todo o Estados-Membros da UE em 2008 e na Noruega em 2007. Em 14 dos 21 Estados-Membros que têm mais de uma região NUTS 2, as regiões da capital registaram o maior nível de rendimento disponível per capita relativamente às restantes regiões do país a que pertencem. Entre os restantes sete Estados-Membros com várias regiões (Bélgica, Alemanha, Espanha, Itália, Países Baixos, Áustria e Finlândia), o rendimento disponível per capita para a região da capital ficou, em geral, acima da média nacional, no entanto, este não foi o caso da região de Bruxelles-Capitale/Brussels Hoofdstedelijk Gewest (Bélgica) e de Berlim (Alemanha).

A Roménia apresentou a maior disparidade regional dentro do mesmo país em termos de rendimento disponível per capita, com a região de Bucuresti - Ilfov a apresentar valores 2,5 vezes mais elevados do que região Nord-Est; a França, Grécia, Reino Unido e Eslováquia registaram também uma grande disparidade de rendimento disponível per capita entre a região com o maior e menor valor apurado. A Dinamarca posicionou-se no outro extremo do espetro, com o rendimento disponível per capita a revelar-se bastante homogéneo (a média regional mais elevada representava 1,08 vezes a média regional mais baixa), o mesmo acontecendo na Áustria (1,09), na Eslovénia (1,16) e na Irlanda (1,17).

Fontes e disponibilidade de dados

O Sistema Europeu de contas nacionais e regionais (SEC) fornece a metodologia para as contas regionais na UE. O SEC 95 é totalmente consistente com as diretrizes mundiais para as contas nacionais, o Sistema de Contas Nacionais (SCN 1993). Na sequência do acordo internacional sobre uma versão atualizada do SCN em 2008, a SEC está também a ser revista.

O PIB é a medida central das contas nacionais, resumindo a situação económica de um país ou região. Pode ser calculado usando diferentes abordagens: a Perspectiva da produção; a Perspectiva da despesa; e a Perspectiva do rendimento.

Os dados regionais sobre as categorias de rendimentos dos particulares são recolhidos para efeitos das contas regionais ao nível NUTS 2. Os dados sobre o rendimento das famílias em 2008 na Bulgária (e portanto também da UE-27) correspondem a valores estimados.

Comparações entre o local de trabalho e de residência da população

Uma comparação regional do nível de produção económica pode ser feita por comparação do PIB regional com a população da região em questão; é aqui que a distinção entre o local de trabalho e local de residência se torna significativa. O PIB mede a produção económica alcançada dentro de fronteiras nacionais ou regionais, independentemente desta ser atribuída a trabalhadores residentes ou a não-residentes. Assim sendo, o PIB regional per capita baseia-se num numerador que reflete o local de trabalho (o PIB produzido na região), que é dividido por um denominador cujo valor reflete o local de residência (a população que vive na região). Este cálculo é particularmente relevante quando há grandes fluxos de entrada ou de saída de trabalhadores numa região. As áreas caracterizadas por consideráveis influxos de trabalhadores exibem geralmente um PIB regional per capita extremamente elevado (quando comparado com as regiões circundantes). Este é o caso, particularmente, dos centros económicos, como as regiões de Londres (Reino Unido), Viena (Áustria), Hamburgo (Alemanha), Praga (República Checa) ou Luxemburgo. Devido a esta anomalia, os elevados níveis de PIB per capita registados em algumas regiões com influxo de trabalhadores não se traduz necessariamente em níveis igualmente elevados de rendimento para as pessoas que vivem nessa região.

Em contraste, o rendimento das famílias, independentemente de se basearem no rendimento primário ou disponível, reflete o rendimento das pessoas que residem numa região. Como tal, os rendimentos das famílias podem ser comparados diretamente com a população residente na mesma região. Além dos fluxos pendulares, outros fatores podem também causar uma distribuição regional de rendimentos não corresponde à distribuição do PIB, nestes se incluem receitas de juros, arrendamentos ou dividendos recebidos pelos moradores de uma determinada região, mas pagos por moradores de outras regiões.

Paridades de poder de compra

O PIB regional é calculado na moeda local da região (e, portanto, do país) em questão. O PIB pode ser convertido numa moeda comum para o tornar mais facilmente comparável, por exemplo, convertido em euros ou em dólares.

As taxas de câmbio refletem muitos fatores relacionados com a oferta e procura nos mercados cambiais, como o comércio internacional, as previsões de inflação e os diferenciais de taxa de juro. No entanto, as taxas de câmbio não refletem todas as diferenças nos níveis de preços entre países. Para compensar essa lacuna, o PIB pode ser convertido utilizando um factor de conversão conhecido como paridades de poder de compra (PPP) convertendo-o numa moeda comum artificial, denominada paridade de poder de compra padrão (PPS), que permite comparar o poder de compra de países que utilizam diferentes moedas nacionais. Mesmo dentro de uma união monetária, como a área do euro, a moeda única continua a exibir um poder de compra diferente de país para país, dependendo dos níveis de preços nacionais. Em termos gerais, a utilização de PPS em vez do Euro tende a ter um efeito nivelador, já que as regiões com elevado PIB per capita em termos de Euros tendem também a ter níveis de preços relativamente elevados (por exemplo, o custo de vida no centro de Paris ou Londres é geralmente mais elevado do que o custo de vida nas áreas rurais da França ou do Reino Unido).

Os cálculos do PIB per capita em PPS em vez de euros podem resultar em diferenças consideráveis nas classificações das regiões. Por exemplo, em 2009, a região sueca de Östra Mellansverige registou um PIB per capita de 26 600 euros, ficando acima da região italiana de Marche, com 25 600 euros. No entanto, em PPS, Marche, com um PPS de 24 600 per capita, ficou acima de Östra Mellansverige, com um PPS de 23 800.

Dispersão do PIB per capita regional

Desde 2007, o Eurostat calculou um novo indicador derivado que resume as diferenças entre o PIB per capita entre as regiões de um mesmo país. A dispersão 'D' do PIB regional para as regiões NUTS 2 é definida como a soma da diferença absoluta entre o PIB per capita regional e nacional, ponderada em função da participação regional da população e expressa como uma percentagem do PIB per capita nacional:

Dispersion of regional GDP per inhabitant RYB2012.png







Nesta equação:

  • Y i é o PIB per capita PIB regional da região i;
  • Y é a média nacional do PIB per capita;
  • p i é a população da região i;
  • P é a população do país;
  • n é o número de regiões do país.

O valor deste indicador de dispersão é igual a zero, se os valores do PIB per capita regional por forem idênticos em todas as regiões de um país. O nível de dispersão aumentará, se todos os restantes fatores permanecerem inalterados, se as diferenças do PIB per capita entre as regiões crescerem. Um valor de 30% significa que o PIB per capita de cada região, ponderado em função da população regional, difere do valor nacional numa média de 30%.

Contexto

O desenvolvimento económico é comumente expresso em termos do PIB, o que, no contexto regional pode ser usado para medir a actividade macroeconómica e o crescimento, bem como fornecer uma base para comparações entre regiões. O PIB é também um indicador importante do ponto de vista político, uma vez que é fundamental na determinação da medida em que cada Estado-Membro deve contribuir para o orçamento da UE, enquanto médias trienais de PIB são usadas para determinar as regiões elegíveis para receber apoio do programa de fundos estruturais da UE.

O PIB passou também a ser considerado um indicador da qualidade de vida em geral. No entanto, pela sua concepção e objetivo, não pode suportar as matérias de discussão política. PIB não mede, por exemplo, a sustentabilidade ambiental nem a inclusão social, e essas limitações devem ser levadas em conta quando o PIB é utilizado para análise. Com efeito, é cada vez mais reconhecido que o PIB não deve ser usado isoladamente para medir as prioridades económicas, sociais e ambientais.

Uma série de iniciativas internacionais têm-se debruçado sobre este assunto e, em agosto de 2009, a Comissão Europeia adotou uma comunicação denominada '‘O PIB e mais além: medir o progresso num mundo em mudança "(COM 2009/433 final), que delineou uma série de ações para melhorar e complementar as indicações do PIB . A Comissão Europeia observou a clara necessidade de uma complementarização do PIB com estatísticas que abranjam outras questões económicas, sociais e ambientais das quais o bem-estar depende em larga medida. A comunicação propõe cinco ações para uma melhor medição do progresso num mundo em mudança:

  • Ação 1: complementar o PIB com indicadores ambientais e sociais (um índice ambiental abrangente e melhorar os indicadores de qualidade de vida e bem-estar);
  • Ação 2: Informação quase em tempo real para a tomada de decisões (indicadores ambientais e sociais mais atuais);
  • Ação 3: Comunicação de informações mais exactas sobre distribuição e desigualdades;
  • Ação 4: Desenvolver um Painel de Avaliação do Desenvolvimento Sustentável (coordenado pela Direção-Geral do Ambiente);
  • Ação 5: alargar as contas nacionais a questões ambientais e sociais.

Ver também

Mais informações do Eurostat

Publicações

Principais quadros

Regional economic accounts - ESA95 (t_reg_eco)
Disposable income of private households, by NUTS 2 regions (tgs00026)
Primary income of private households, by NUTS 2 regions (tgs00036)

Base de dados

Regional economic accounts - ESA95 (reg_eco)
Household accounts - ESA95 (reg_ecohh)
Allocation of primary income account of households at NUTS level 2 (nama_r_ehh2p)
Secondary distribution of income account of households at NUTS level 2 (nama_r_ehh2s)
Income of households at NUTS level 2 (nama_r_ehh2inc)

Secção especial

Metodologia / Metadados

Fonte dos dados para os quadros, os gráficos e os mapas (MS Excel)

Ligações externas